quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Era uma vez


"Era uma vez um coração triste. Vivia sozinho, perdido na própria solidão. Gostava de se sentir amado, porém ainda não sabia amar. No começo as pessoas o julgavam, pois seus atos não traziam amor. Todos achavam que ele era uma farsa. Todos pensavam que aquele coração era orgulhoso e sem nenhuma chance de se entregar a alguém. Suas paredes eram frias. Ocas. Tristes. Dentro delas, aos poucos um líquido se escorria. Pelas frestas entre uma cortina e outra ele ficava mais forte. Algo estranho estava acontecendo. Um ambiente sempre silencioso de um segundo ao outro tornara-se barulhento. Seu chão estremeceu, suas paredes foram ao chão, caindo, se desmanchando, indo embora para nunca mais voltar. O gelo que roubava o espaço das emoções passaram a se diluir. Até que aquele gesso não existia mais. Até que aquele silêncio gritante e aquele gelo fervente não faziam mais efeito. Até que os quatro cantos ocos se tornaram profundos demais para algo que sempre fora raso. O chão se abriu, as laterais despencaram. O líquido do amor escorreu. E tingiu de felicidade todos os rastros de rancor e falsidade.
Estava amando. Pela primeira vez na vida. Foi estranho sentir aquilo, mas a partir do momento que me permiti entrar em contato com ele, foi maravilhoso. Foi intenso. Foi um caminho sem volta. Uma viagem sem um destino concreto. Uma passagem só de ida. Um misterio com gosto de romance.
Eu não sei o que ela fez, só sei que depois daquele dia meu coração nunca mais foi o mesmo.
Não sei dizer se foram aqueles olhos que me fazem perder o fôlego. Ou a risada que me faz novo. Ou a boca que me fez nunca mais sentir o nada. Ou aquele olhar que me toca a alma. Ou o seu olhar que me acompanha e me sussurra a cada segundo da madrugada." - Said

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